Vitor Gonçalves relatou perante a comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e Comunicação, em declarações numa audição requerida pelo Bloco de Esquerda, sobre o caso do visionamento das imagens não editadas dos incidentes da manifestação de 14 de novembro pela PSP nas instalações da RTP a sua versão da sequência de acontecimentos relacionada com o incidente, começando por dizer que na conversa inicial em que foi colocada à direção o interesse da PSP na visualização das imagens, "em nenhum momento houve referência ao visionamento de 'brutos'. .Nas respostas dadas aos deputados, Vitor Gonçalves indicou que "em nenhum momento" ouviu o ex-diretor de Informação, Nuno Santos, "autorizar" o visionamento de imagens não editadas e não emitidas. .Confrontado ainda com a autorização do visionamento de imagens pela PSP num "local discreto" transmitida na noite de dia 14 à subdiretora de Produção, Ana Pitas, e relatada por esta na mesma comissão parlamentar no dia 18, Vítor Gonçalves declarou não recordar "essa frase ter sido pronunciada". "Eu não ouvi essa frase!", sublinhou. .O jornalista indicou ainda que apenas teve conhecimento 'a posteriori' da presença nas instalações da RTP de elementos da PSP no dia seguinte aos incidentes e disse também não saber quem os recebeu nas instalações e para onde os conduziu..No dia 15 de novembro ao final da tarde, disse ainda Vitor Gonçalves, recebeu dois DVD de Ana Pitas, com a indicação de que eram as "imagens da manifestação", mas não se interrogou sobre se eram brutos ou imagens emitidas. No dia seguinte, sexta-feira, dia 16, acrescentou, recebeu mais dois DVD, que guardou também.."Não questionei", disse, acrescentando que guardou os DVD, e apenas se apercebeu da importância dos mesmos quando confrontado nessa sexta-feira pelo Conselho de Redação da RTP com a informação da existência de um email com a ordem para a cópia dos DVD. .Nesse mesmo dia, Vitor Gonçalves disse que soube que também Nuno Santos tinha sido confrontado pela Comissão de Trabalhadores da RTP com a existência do mesmo email e a cópia de "brutos". .Na sexta-feira, dia 16, Nuno Santos, de acordo com o seu adjunto, terá combinado através de troca de mensagens de telemóvel uma conversa com o diretor-geral de Conteúdos, Luís Marinho, para o informar do que tinha acontecido, que se realizou na segunda-feira, dia 19 de novembro, e em que os dois elementos da Direção de Informação estiveram presentes. .Os quatro DVD, disse também Vitor Gonçalves, nunca saíram do seu gabinete e foram destruídos numa reunião com o Conselho de Redação e na presença de representantes deste órgão, na segunda-feira, dia 19, sem que "alguma vez" o diretor de Informação-adjunto tivesse visto o seu conteúdo.